ESTRESSE
O texto fala de Javier, um modelo típico de estudante comum no Brasil, que vive várias experiências de estresse na escola, família, trabalho, afeto e situações do cotidiano, como conseguiu “pegar “ou ligar o carro velho por exemplo. Este é um tipo de estresse rápido.
Existe um estresse persistente ou crônico que influencia a vulnerabilidade da pessoa a doenças e tem sido tema de estudos da psicologia da saúde, tema este estudado desde Hipócrates (460 – 377 a.C)
O estresse é definido como um estímulo, ou uma propriedade dos eventos e situações que enfrentamos (estressor). Pode também ser considerado como uma resposta do indivíduo a um evento ou situação ameaçadora, como por exemplo, uma prova oral (tensão). Assim de forma completa, o estresse é definido como um processo pelo qual alguém percebe e responde a eventos que são julgados como desafiadores e ou ameaçadores.
O modelo mais influente que descreve o estresse é o transacional, pois segundo este, o estresse é desencadeado sempre que os estressores excedem os recursos pessoais e sociais que o indivíduo é capaz de mobilizar para enfrentar o estresse. Quando as demandas de evento ou situação criam estresse, nossa resposta não é estática, mas envolvem interações e ajustes contínuos chamados transações entre o ambiente e nossas tentativas de enfrentar o estresse.
O modelo transacional enfatiza a natureza contínua do processo de avaliação enquanto a nova informação se torna disponível. Por isso o evento pode ser avaliado de forma cognitiva.
Avaliar o evento como estressante, significa enxergá-lo como desafio potencial, fonte de perigo ou ameaça para o bem-estar do indivíduo. O desafio é percebido quando a situação é difícil, mas pode se superada, e a pessoa pode ser beneficiada com a situação.
As avaliações de perigo-perda ou ameaça referem-se a resultados menos positivos. Perigo-perda é a avaliação do que alguma forma ou dano já ocorreu como resultado de uma situação, como doença, ferimento ou perda de renda e auto-estima que podem resultar de uma demissão no emprego.
Os psicólogos da saúde mensuram o estresse por meio de instrumentos de auto-avaliação ou avaliações fisiológicas e comportamentais, como listas, escalas de eventos no primeiro tipo e exames de alterações fisiológicas do corpo à medida que estressores são encontrados no tipo dois.
O estresse afeta quase todos os sistemas do corpo. Os testes de desempenho comparam a maneira como a pessoa consegue cumprir uma tarefa sob condições normais, com a maneira como ela o faz na presença de um estressor agudo.
O aspecto mais importante de um estressor é seu impacto sobre o corpo. Para cumprir com demandas estressantes, sejam elas boas ou más, o corpo fica excitado e gasta energia. Essa excitação e o gasto de energia constituem o estresse. No “bom”estresse à medida que a excitação aumenta, o desempenho também cresce até um ponto adequado, em que o desempenho individual atinge seu máximo.
Grandes quantidades do hormônio epinefrina no corpo com corticol e outros hormônios, ajudam a preparar o organismo para defender-se de uma ameaça, seja atacando ou fugindo; e segundo o médico Walter Cannon, a resposta do corpo a eventos estressantes é chamada de reação de luta ou fuga.
A reação geral do corpo ao estresse é regulada pelo sistema nervoso central. Quando um estressor é percebido pelos órgãos dos sentidos, neurônios sensoriais do sistema nervoso somático transmitem impulsos nervosos para regiões cerebrais secundárias, anunciando a ameaça iminente. Disposta como uma corda no meio do tronco encefálico, a formação reticular desempenha papel central em alertar o cérebro para o desafio.
O papel do sistema endócrino é também importante, pois secreta corticosteróides, incluindo o corticol que combatem as inflamações, promovem a cura e mobilizam os recursos energéticos do corpo.
Os problemas cotidianos provocam mudanças importantes e ocorrem na vida com frequência, podem ser fontes muito significativas de estresse. Essas incomodações variam de perder o ônibus para o trabalho, até dividir a casa com uma pessoa difícil. O estresse ambiental, como ônibus lotado, o ruído em excesso, os desastres naturais, imprevistos no trabalho, a sobrecarga de papéis, o cansaço físico são exemplos de estresse e sua persistência e sobrecarga podem prejudicar a saúde provocando e reforçando os sintomas de uma doença, incluindo o câncer, doenças cardíacas e hipertensão.
No corpo existe uma resposta não específica a qualquer demanda e que tem o nome de transtorno de adaptação inespecífica, com três estágios: alarme, resistência e exaustão. A síndrome começa com a mesma resposta de luta ou fuga já especificada; se o estresse persiste, passa o estágio de resistência com a alta excitação fisiológica; se a resistência não for mais possível por causa da persistência do estresse, então o indivíduo vai ao estágio da exaustão. Nesse ponto as reservas de energia do corpo são exauridas. Se o estresse continuar, podem ocorrer as doenças e deteriorização física, ou até mesmo a morte.
Existe um modelo de diátese ao estresse, que propõe a interação do estresse e da doença determinando a suscetibilidade do indivíduo: fatores predisponentes na pessoa como vulnerabilidade genética e fatores precipitantes do ambiente como experiências traumáticas.
quarta-feira, 29 de abril de 2009
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